19 de março de 2012

Quem foi que abriu a boca para falar sobre fragilidade?
Vocês assassinaram mutilaram acorrentaram, e mesmo diante disso temos sobrevivido
Nós, fragilizadas, vitimizadas, queimadas, viramos monstros de feridas abertas
de gargantas abertas, e punhos fechados
vejam de perto nossa raiva sacra, nossa peregrinação nada silenciosa
Apontem as armas. Nossos peitos, a muito, já estão abertos
E não mataremos, não roubaremos a liberdade de ninguém
Não crucificaremos, nem agiremos com crueldade
Não queremos poder algum, nem estar a cima de nada
O que queremos é que nosso sangue espalhado pelos becos retornem às nossas veias
Queremos que a justiça prevaleça e a liberdade também
Queremos que os olhos  julgadores fiquem cegos de vez
Que o espírito sobressaia ao corpo, e que sejamos iguais independente do que possuímos entre as pernas
Queremos autonomia para ser quem somos
Queremos a vida, a vida que nos levaram, e nos deram em troca colares e padrões.

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