19 de março de 2012

A alma, sem molduras ou limites

Use a cidade como um museu ilimitado
Um lugar livre de molduras e de público alienado
Sem ter restrições ou que seguir padrões
Expresse a sua alma em uma poesia
Sem nenhum crítico, sem burocracias
A essência da arte aparece sem censura
A chuva cai no muro sujo
A água leva as bitas de cigarros
Respire arte, viva arte
Ame arte, vomite arte
Não é uma coisa padronizada
Não precisa ser
Artista é quem vive
Artista é não ter medo
 Viva a arte
O mundo é seu
O mundo...

Claridades

Que fique claro, o grito entalado é a base dos gritos da esperança, lutar, persistir, acreditar em um mundo em que as flores desabrochem ao som do som das montanhas, que fique claro, as limpas, e as crianças possam berrar teus insultos da alma, que os corpos voem juntos, grudados, em meio a gozos, sobressaltos e malicias, sim, malicias humanamente humanas, entregues ao desejo profundo do ser, que a humanidade aqueça nossos braços, pernas, virilhas, e nos aperte, sem prender, pelo simples respeito ao ser, ao sobrevoar, ao acalentar, que as bruxas saiam as ruas, com sua belas verrugas, e plantem com desdém as "virtudes" de um povo imerso em sua própria sujeira, que as fadas permaneçam nuas, cruas, puras, que as vozes sujas cubram as noites, em meio fumaças, pernas cruzadas, e sonhos gritados, que seja! Que o terno sufocante seja jogado na esquina alucinante, que a sujeira dos cabelos sejam visíveis, pra se ver, entrar, penetrar, que possamos adquirir o direito de nos auto invadir, em meio lençóis das cidades cinzas, e no não fim, que as árvores gélidas balancem, e os gemidos ecoem em torno dos hemisférios, que entrem em nosso ser hoje petrificado, e nos liberte, e os sorrisos sejam sinceros, e os sonhos, possíveis.



      "Abaixo a auto repressão, que o universo que consiste cada grão possa formar definitivamente a junção..."

Dia da poesia: sarau livre e libertário no calçadão de São José dos Campos (14/03/12


“Fazemos isso porque já estamos fartos
Sim, Estamos cansados
Estamos envergonhados
Estamos desesperados
(...)Porque nós somos liiivres!
Sim! Acreditamos que a arte pode mudar o coração das pessoas...que lhes alegre, que lhes dê força.
A arte nos faz sentir vivos.
A arte...pode atingir o espírito de todos os homens e de todas as mulheres.
A arte pode trazer consciência social, nos fazer pessoas melhores.
A arte pode ser universal...sem fronteiras...sem religião, sem raça.
A arte pode ser uma arma.
Mas não uma arma de brinquedo, uma arma de verdade.
O tiro deve ser ouvido, o alvo deve ser atingido.”

(filme Noviembre)
esqueceram-se das paixões
desperdiçaram água
desperdiçaram dias
desperdiçaram desespero
cuspiram o respeito
deixaram para lá
esqueceram-se da licença
do bom dia
de pedir perdão
das luzes acesas
diferenciaram-se
trancaram-se e perderam as chaves
trocaram árvores por computador
arte por piada sem graça
e prantos por sorrisos forçados
venderam-se todos
privatizaram-se
resolveram ser pertencidos
impuseram-se limites
traumas
resolveram-se pela gaiola
pelas fileiras
pelas correntes
pela moda
pelos conceitos
pelos padrões
pela "verdade"
pelas leis
dominaram-se todos
adequaram-se
entregaram-se
sistematizaram-se
alienaram-se
consumiram-se em seu próprio consumismo
petrificaram-se todos assistindo TV

Quem foi que abriu a boca para falar sobre fragilidade?
Vocês assassinaram mutilaram acorrentaram, e mesmo diante disso temos sobrevivido
Nós, fragilizadas, vitimizadas, queimadas, viramos monstros de feridas abertas
de gargantas abertas, e punhos fechados
vejam de perto nossa raiva sacra, nossa peregrinação nada silenciosa
Apontem as armas. Nossos peitos, a muito, já estão abertos
E não mataremos, não roubaremos a liberdade de ninguém
Não crucificaremos, nem agiremos com crueldade
Não queremos poder algum, nem estar a cima de nada
O que queremos é que nosso sangue espalhado pelos becos retornem às nossas veias
Queremos que a justiça prevaleça e a liberdade também
Queremos que os olhos  julgadores fiquem cegos de vez
Que o espírito sobressaia ao corpo, e que sejamos iguais independente do que possuímos entre as pernas
Queremos autonomia para ser quem somos
Queremos a vida, a vida que nos levaram, e nos deram em troca colares e padrões.



14 de março de 2012

Liberdade

Liberdade: Palavra que infelizmente tem perdido um pouco de seu significado. A população não quer buscar a Liberdade. É difícil, é incômodo, é preciso sair de sua zona de conforto. Por isso tem aparecido muitos "Revolucionários virtuais", que vivem compartilhando imagens e gritos de ordem por redes sociais e afins. É mais fácil, é prático e dá a sensação de participação. Infelizmente, apesar das redes sociais terem, hoje, um incrível poder de difusão de idéias e informações é na rua onde se consegue mudar alguma coisa. Não só gritando nas ruas, mas indo onde a Liberdade é ferida, onde a dignidade humana não é respeitada, é sensibilizando-se diante de injustiças e agindo para mudar tal situação. Escrevo Liberdade em maiúsculo porque acredito que seja mais que uma palavra, é uma perspectiva. É a busca pela Liberdade que faz com que queiramos mudar o mundo. É essa busca que nos sensibiliza diante de injustiças sociais, corrupções e todo tipo de coisa que corrompe nossa sociedade.